Tuesday, December 14, 2010

Perante as doenças

Em meados de 1970, quando estava prestes a completar seu doutorado em física, o cientista Stephen Hawking, já portador de uma doença que ia paralisando seus movimentos, escutou um médico dizer que tinha apenas mais dois anos de vida.

“Então posso tentar entender o Universo, porque não vou mais precisar pensar em coisas como aposentadoria e contas a pagar”, resolveu ele.

Como a doença progredia rapidamente, foi obrigado a criar fórmulas simples para explicar – no menor espaço de tempo possível – tudo aquilo que pensava.

Dois anos e meio se passaram. Mais de vinte anos se passaram e Hawking continua vivo. É capaz de comunicar suas idéias abstratas através de um pequeno computador acoplado à sua cadeira de rodas, e que possui apenas quinhentas palavras diferentes.

Escreveu o clássico livro “Uma breve história do tempo”, entre outros, e foi responsável por uma nova visão da física moderna.

A doença, em vez de conduzi-lo à invalidez total, forçou-o a descobrir uma nova maneira de raciocínio.

E é exatamente assim que a doença procede em nossas vidas. Ela nos convida a mudar, a rever nossos passos, nossas escolhas, nossos valores.

Ao invés de ver a enfermidade como algo que vem para nos destruir, precisamos entendê-la como uma lição, como uma prova que nos está sendo imposta, com o único objetivo de nos fazer crescer.

As grandes enfermidades são convites da vida para que mudemos algo em nossa caminhada: sejam os rumos, sejam os objetivos, seja a maneira de pensar.

É claro que muitas delas não têm causa no hoje, nesta existência, mas, da mesma forma, elas tomam nossos dias com o fim de nos educar, de nos burilar.

A dor nos ensina muito. O sofrimento é como o calor intenso do fogo esculpindo o vidro, e concedendo-lhe as formas mais belas que possamos imaginar.

Perante as doenças é preciso reavaliar nossos dias.

Perante a doença é necessário refletir e questionar: o que ela está buscando me ensinar? Paciência? Persistência? Humildade?

Sábios são aqueles que conseguem sair dos momentos de turbulência, não blasfemando contra tudo e contra todos, mas sim mais maduros, mais equilibrados.

Não vejamos nas doenças inimigos mortais, ou grandes males que recaem dos céus sobre nossos ombros; vejamos sim oportunidades que Deus nos dá para evoluir, para nos descobrir, para passarmos mais tempo na companhia de nosso próprio coração, descobrindo nele valores que desconhecíamos, e aliados preciosos para os próximos passos que iremos dar.

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